segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Introdução
O Território de Washington foi formado por um pedaço do Território de Oregon em 1853, durante os dias de fechamento da administração de Millard Fillmore. O compromisso do governo territorial caiu para o novo presidente democrático eleito Franklin Pierce. Ele escolheu Isaac I. Stevens, um oficial militar, veterano da Guerra do México, e um suporte político. Foi dado para Stevens um poder triplo como governador, agente Indiano e chefe superior para uma possível rota para uma estrada de ferro transcontinental. Ficou para Stevens negociar os tratados com os Indianos no território, persuadindo-os a transferir suas terras para o governo federal e se moverem para reservas.
No momento em que ele deixou o escritório em Agosto de 1857 para representar o território no Congresso, Stevens tinha “negociado dez tratados providenciando para o silêncio dos Indianos, título para alguns milhões de milhas quadradas de terra”. Nesses tratados, dois cobriam os Indianos na Península Olímpica, norte de Grays Harbor, incluindo os Makah, os Quileute, os Hoh, os Queets e os Quinault, e estabeleceram duas reservas: uma na Neah Bay (o local da tentativa abortada da Espanha de construir um forte e também onde John Meares primeiramente tentou trocar com os Makah) e o outro local no sul da costa, norte de Gray’s Harbor em Point Greenville.
Os tratados marcaram uma mudança significativa no balanço nada fácil entre os brancos e os nativos da Península Olímpica, fazendo com que os Indianos se concentrassem em duas comunidades muito remotas e vastamente separadas (a primeira estrada para Neah Bay não foi completada até a década 1930) e abrindo a terra para abrigos e a exploração dos imigrantes brancos que se imaginaram como pioneiros em uma terra selvagem e virgem. Os tratados também enfatizaram alguns dos paradoxos e contradições entre policiais federais e Nativo-Americanos e demonstrou como bem-intencionados os policiais ditados de Washington D.C., foram por vezes implementados de maneira que protegiam poucos os Indianos. Ao mesmo tempo, as experiências dos Makah, Quileute e Hoh demonstram como a recuperação da cultura nativa às vezes forçava o governo a fazer compensações qualificadas para as ações de agressivos negociadores de tratados: dentro de 50 anos, ordens executivas emitidas por presidentes dos Estados Unidos expandiram a Reserva dos Makah e reconheceram a integridade e a independência das tribos Quileute e Hoh, providenciando para elas reservas em suas terras-natais tradicionais (embora fossem pequenos fragmentos sobre o que tinha sido rendido sob tratados de Stevens). E, talvez notavelmente, no caso dos Makah e dos Quileute, essas expansões de reservas vieram a custo de brancos que tinham se instalado nas terras de Indianos.
Contexto Territorial
As negociações dos tratados de Steves deviam ser entendidas no contexto da época com o conhecimento das circunstâncias – alguns únicos da região – que complicavam as relações Indianos - brancos em Oregon e Washington. Primeiramente, como dito acima, a polícia federal em relação aos Indianos estava passando por uma mudança significativa de policia de remoção para polícia de reservas. O que isso iria parecer, entretanto, não estava claro. Pela Constituição dos Estados Unidos, tratados Indianos tinham que ser aprovados pelo Congresso, e Stevens estava informado de que o Congresso estava interessado em limitar o número de reservas e tinha rejeitado recentemente tratados que tinham destinado uma série de pequenas reservas no Oeste de Oregon.
Apesar disso, Stevens e o Comissionario de Casos Indianos, George Manypenny, concordaram que algum tipo de sistema de reservas seria apropriado para o território, mas Manypenny deixou a formulação final para Stevens, forçando-o a manter os custos baixos e a criar quantas reservas fossem possíveis. Para ajudar o governador a delinear tratados aceitáveis, Manypenny mandou suas cópias de tratados que foram recentemente negociados com algumas tribos Plains Indian (Indianas das Planícies), incluindo uma com os Omaha. Inicialmente, Stevens imaginou duas reservas em Washington, uma no oeste de Cascades e outra em Puget Sound. Ele planejou negociar primeiro com os Puget Sound Indians (Indianos de Puget Sound) no inverno de 1854-55 e então mover o leste de Cascades na primavera, com negociações na remota fatia da Península Olímpica entre os dois.
Stevens também estava negociando com a crescente demanda de brancos americanos colonizadores para resolver os conflitos crescentes com os Indianos no território. Esses conflitos passaram de pessoais e, às vezes, violentas disputas entre colonizadores individuais e Nativo-Americanos para problemas administrativos como resolver questões de títulos de terras indianas. Como Stevens escreveu em seu primeiro discurso para a legislatura territorial em 28 de fevereiro de 1854:
“O titulo dos Indianos não foi extinguido, nem uma lei passou para providenciar essa extinção do leste das montanhas Cascade. Sob a lei de terras do Congresso é impossível assegurar títulos para a terra, sendo assim o crescimento de cidades e vilas está obstruído, assim como o desenvolvimento de recursos do Território.”
No mesmo discurso ele categorizou os Indianos de Washington como “na maioria das vezes uma raça dócil, sem maldade, dispostos a obedecerem às leis e serem bons membros do Estado”, mas recomendou “amplas apropriações para na verdade extinguir o titulo deles sobre o Território, reservando a eles algumas porções como é indispensável para seu conforto e subsistência.” As demandas para empurrar os Indianos para fora de suas terras e dar passagem para os brancos foram por vezes temperadas pelo reconhecimento de que os colonizadores brancos confiavam na produção barata dos Indianos. Como a historiadora Alexandra Harmon escreveu, “Nenhum dos negociadores (tratados) americanos pretendia cortar relações entre pessoas brancas e vermelhas; eles simplesmente queriam limitar e regularizar as relações.” Na verdade, embora o governo federal buscasse concentrar Indianos em algumas reservas grandes, muitos dos colonizadores brancos buscavam o oposto: mais reservas menores, mas próximas de suas comunidades.
Na Península Olímpica
Como muitos dos nativos costeiros ao longo do Pacífico, estreitos de Juan de Fuça e Puget Sound, os Makah, Quileute e Hoh eram organizados em pequenos bandos autônomos, ocupando vilas individuais – geralmente localizadas nas bocas de rios. Embora todas as terras caçassem animais e juntassem uma variedade de alimentos plantáveis, todas as três culturas tinham fortes conexões com seus locais de pesca, tanto nas águas salgadas quanto doces. Todas pescavam salmão nos rios e halibute em outras águas salgadas no oceano, e eles caçavam baleias, leões marinhos e focas também. Enquanto eles dividem uma linguagem em comum com seus vizinhos ou irem acompanhados a cerimônias de propósitos, eles não possuíam qualquer estrutura de organização política embora alguns historiadores tenham escrito que muitos desses bandos estavam interligados em uma confederação livre ligada a laços familiares. Essas conexões dentro e entre os grupos Indianos eram por vezes quebradas pelo impacto das doenças européias que mataram aproximadamente 80% da população nativa ao longo da costa do noroeste nos primeiros 100 anos do contato europeu. Enquanto todos os indianos no noroeste pacífico enfrentaram uma serie de erupções de doenças epidêmicas nas décadas após a visita dos espanhóis a costa em 1775, em 1853 a varíola devastou os nativos ao longo da costa do Pacifico na Península Olímpica, matando aproximadamente 40% da população.
O resultado, como Carole Seeman escreveu, foi uma mistura de sobreviventes que tornou difícil definir tribos e limites tribais.
A distância da Península Olímpica – e a reputação dos Makah, Quileute e Hoh dividida pela ferocidade – provavelmente funcionou para a vantagem dos Indianos. Quando Stevens chegou em Olímpia ele passou para Manypenny que o numero de tribos habitavam alem da costa de Washington, grande parte das quais “o nome ainda não se sabe mas que, pelos vagos rumores daqueles sobre o som, são numerosas e preparadas para guerra.” Em 1858, o Agente Indiano Michael T. Simmons disse que, enquanto os Makah e os Quileute tinham sido dizimados pela varíola, eles lembravam “os Indianos mais independentes do meu distrito” e, mais para vexame de Simmons, não conheciam suas posições apropriadas no mundo dos brancos: Isso tanto aconteceu que quando esses Indianos entraram em contato com os brancos, eles tiveram o fim de seus poderes. Na maioria dos casos navios naufragaram na costa deles. A conseqüência é que eles não apreciam nossa importância, e são muito independentes, e às vezes insolentes.